A profissão de um Corretor de Seguros é guardada as devidas proporções, tão importante como a de um médico especialista, nossas atividades se assemelham, a grande diferença é que um, o médico, cuida da saúde física e emocional do seu paciente e o outro, o corretor, cuida da saúde financeira do seu cliente.
Um paciente busca o seu médico quando sente algum desconforto, dor, quando tem algum objetivo, por exemplo, perda de peso, ganho de massa, melhorar o seu sono, ou até mesmo quando quer simplesmente realizar um check-up.
O procedimento médico inicia-se na consulta, ouvir o paciente, entender seus objetivos, dores, angustias, passando pela realização de exames, que nada mais é do que avaliar a condição atual do paciente, e quando encontra algo que esteja ou possa comprometer a saúde de seu paciente, o mesmo emite o seu diagnóstico e prescreve o tratamento que acredita ser o adequado. Cabe ao paciente as opções de acatar o que lhe foi recomendado pelo profissional médico, buscar uma segunda opinião médica, ou até mesmo decidir pelo não tratamento, assumindo assim as consequências de sua atitude.
O trabalho do corretor de seguros é, ou melhor, deve ser, idêntico ao procedimento do médico especialista, ele deve ouvir, conhecer o seu cliente, entender quais são os seus objetivos, suas dores, necessidades, realizar um exame detalhado de sua situação atual, o que ele tem feito para alcançar esses objetivos, para sanar as suas dores e suprir suas necessidades, o seu planejamento de aposentadoria está adequado, suas apólices de seguros contemplam todas as coberturas necessárias, os valores estão adequados?
Caso o corretor encontre uma incoerência entre os objetivos, dores e necessidades de seu cliente e os produtos financeiros e apólices de seguros que possui, ele deve emitir o seu diagnóstico e prescrever as soluções, apresentar um planejamento financeiro, com proteção, adequado.
E assim como o paciente do médico especialista o cliente do corretor de seguros tem as opções de acatar o tratamento, a solução, que lhe foi apresentada, buscar uma segunda opinião ou até mesmo decidir negligenciar e assumir os riscos apresentados, não contratando os benefícios, as soluções apresentadas.
Porém, são dois, na minha humilde opinião, os maiores problemas do nosso mercado de seguros, quando falamos do Seguro de Vida Individual, o primeiro o baixo número de “médicos especialistas”, corretores de seguros preparados para realizarem um check-up financeiro de seu cliente, uma consulta e exame detalhados e a prescrição de um tratamento, soluções e não produtos, adequados a esse cliente, suas necessidades e objetivos, e principalmente de maneira independente, sem vínculo com um “laboratório” (seguradora) especifico.
Já o segundo, em parte uma consequência do primeiro, já que somos poucos a abordar a população brasileira sobre o tema seguro de vida, é a abordagem e venda de produtos de seguros nos balcões de bancos, instituições financeiras, cartões de crédito, lojas de departamentos e até postos de gasolina, é o seguro de vida consumido como produto, inadequado ao perfil do cliente, com coberturas incoerentes com as necessidades e objetivos do mesmo, é a falsa sensação de proteção, é similar ao paciente do médico se automedicando e assumindo os riscos de um tratamento paliativo, que pode trazer um alívio temporário e, ao mesmo tempo, agravar a sua condição de saúde.
Nosso mercado, seguradores, corretores, temos que decidir como queremos e iremos aproveitar as oportunidades geradas por um mercado aquecido, que cresce dois dígitos ao ano mesmo em momentos de crise, um mercado acelerado nos dois últimos anos pela tragédia provocada por um vírus, gerar uma legião de brasileiros com a falsa sensação de proteção, comprando produtos em balcões e aplicativos ou atendermos como especialistas, cuidando e protegendo de nossos “pacientes”.
Podemos massificar a distribuição sim, mas sem perder o caráter consultivo, adequar as ofertas ao público alvo, se imagine em um consultório médico, junto a 30 pacientes, de idades distintas, diagnósticos distintos, e o médico prescrevendo, para todos, o mesmo tratamento, a mesma medicação, do mesmo laboratório. Você confiaria nesse médico?
Seguro de Vida não é produto de balcão, Seguro de Vida, menos produtos e mais soluções!