Sei que estou trazendo um tema que pode incomodar a alguns players do nosso mercado, porém o objetivo é ser provocativo mesmo, provocar uma reflexão madura e saudável, pois acredito que o simples fato do tema existir nos traz a necessidade de discutirmos sobre ele.
O mercado de seguros cresce ano a ano, independente de crises internas ou externas, crises políticas ou financeiras.
É interessante vermos que em momentos de crises temos acentuados o medo da perda e a necessidade da proteção, enquanto em momentos positivos, sem crise, prosperamos, alavancamos receitas e patrimônio, e da mesma maneira nos surge a necessidade de protegermos as nossas conquistas, já falamos sobre isso em artigos anteriores.
A provocação desse artigo é o ponto de que, acelerado pela pandemia do COVID-19, o mercado de seguro de pessoas, principalmente o de Vida Individual, tomou uma proporção significativa, algumas seguradoras tiveram um crescimento na sua produção, no primeiro semestre de 2022, superior à 40% (quarenta por cento), e o mercado ainda é carente de corretores de seguros especialistas e até mesmo não especialistas, que estejam se movimentando para assumirem o protagonismo desse mercado.
Diante do cenário de crescimento do mercado, da demanda, acreditem, parte da população economicamente ativa está “acordando com vontade de comprar um seguro de vida e um plano de previdência privada”, seguradoras do mercado “inovam”, tiram da gaveta o projeto das “corretoras cativas”.
Nada demais, na minha humilde opinião, se o jogo for limpo, atuarem diretamente, com a corretora cativa, desde que em algum nicho específico, em que os corretores de seguros não estejam atuando, mas atuarem no mesmo nicho é apresentarem a corretora como concorrentes do corretor de seguros, o que é algo, volto a frisar, no meu ponto de vista, não muito produtivo, para ambos os lados.
Ao questionarmos seguradoras, que já se movimentam nesse modelo de corretora cativa, recebemos diversas argumentações, com as quais tentam justificar a ação, tendo como as principais, “o mercado é muito grande, tem espaço para todos mundo” e “existe uma demanda e poucos corretores especialistas para atuar, precisamos atender, escalar”.
Mas fica o meu questionamento, o fato de termos poucos corretores especialistas justifica a seguradora se tornar concorrente desses poucos que já existem? Ou, não seria interessante aproveitar a demanda, inclusive, para apoiar a formação de novos especialistas ou mesmo incentivar as corretoras que já atuam no segmento vida e previdência, a criarem equipes de consultores?
Enfim, esse artigo é uma provocação, para todos os lados:
- Seguradoras, com corretoras cativas, que devem “abrir o jogo”, colocar as regras na mesa e se posicionarem. Seremos parceiros ou concorrentes?
- Corretores Especialistas, que devem rever seu quadro de seguradoras parceiras, entregando a elas os resultados esperados. E ativando o módulo empreendedor.
- Corretores que ainda não atuam nos ramos vida individual e previdência complementar privada, que devem escolher, se especializam e assumam o protagonismo ou não adianta reclamar se as seguradoras, através de corretoras cativas, o fizer.
O mais importante é termos um mercado maduro, transparente e que possamos participar de uma partida, um jogo, e não uma competição, de um contra o outro, mas todos em prol da proteção de vidas e famílias.
Com as regras claras, postas à mesa, teremos um Jogo Limpo!